quarta-feira, 24 de abril de 2013

TRANSTORNO BIPOLAR




Configuram os quadros mentais graves, caracterizados pela desorganização dos processos de pensamento, perturbações na emocionalidade, desorientação quanto ao tempo, espaço e pessoa.


No passado, o transtorno bipolar era conhecido pelo nome de psicose maníaco-depressiva, uma doença psiquiátrica caracterizada por alternância de períodos de depressão e de hiperexcitabilidade ou mania. Nesta fase, a pessoa apresenta modificações na forma de pensar, agir e sentir e vive num ritmo acelerado, assumindo comportamentos extravagantes como sair comprando compulsivamente tudo o que vê pela frente, ou então investindo em empreendimentos acreditando que renderão lucros vertiginosos, ou envolvendo-se em experiências perigosas sem levar em conta o mal que podem causar. 
Sabe-se que os transtornos bipolares estão associados a algumas alterações funcionais do cérebro, que possui áreas fundamentais para o processamento de emoções, motivação e recompensas. É o caso do lobo pré-frontal e da amígdala, uma estrutura central que possibilita o reconhecimento das expressões fisionômicas e das tonalidades da voz. Junto dela, está o hipocampo que é de vital importância para a memória. A proximidade dessas duas áreas explica por que não se perdem as lembranças de grande conteúdo emocional. Por isso, jamais nos esquecemos de acontecimentos que marcaram nossas vidas, como o dia do casamento, do nascimento dos filhos ou do lugar onde estávamos quando o Brasil ganhou o campeonato mundial de futebol.
Outro componente envolvido com os transtornos bipolares é a produção de serotonina no tronco-cerebral (o cérebro arcaico), uma substância imprescindível para o funcionamento harmonioso do cérebro.Depressão e Euforia
O transtorno bipolar é um desses distúrbios psiquiátricos. A doença causa variações de humor, que podem ser súbitas ou não. Como indica o nome do problema, o paciente manifesta episódios de depressão e de euforia em fases alternadas. A duração e a intensidade dessas ocorrências varia conforme o tipo da doença e as características pessoais de quem sofre com o distúrbio.

Sintomas do Transtorno

Você pode estar pensando: “todo mundo tem variações de humor”. Na verdade, essas oscilações fazem parte da vida, mas existem diferenças entre a normalidade e a patologia. Os sintomas da doença podem confundir até mesmo os médicos. Por isso, é importante procurar um especialista que possa analisar todas as características com cautela. 
Entenda os principais sintomas:
·                    Depressão — apatia, tristeza, desinteresse, isolamento social, alterações no sono, perda de concentração e outros;
·                    Mania – euforia, agitação, compulsão, fala acelerada, insônia, agressividade, delírios e alucinações;
·                    Hipomania – sintomas parecidos com o da mania, mas que se apresentam de forma mais moderada.
Tratamento da Bipolaridade
A medicina não apresenta cura para o transtorno bipolar, mas existem medicamentos que podem controlar os sintomas da doença. O grande problema é o diagnóstico correto, que pode levar muitos anos para ser feito. Além da medicação, outras medidas auxiliam no tratamento do distúrbio, como:
·                    Praticar exercícios físicos;
·                    Evitar o uso de drogas, álcool e cigarro;
·                    Buscar atividades relaxantes e prazerosas;
·                    Tratamento psicológico.
Se você conhece alguém que manifesta alguns dos sintomas do transtorno bipolar, ofereça todo o apoio necessário e ajude-a a procurar atendimento com um médico psiquiatra. O tratamento traz mais qualidade de vida para o paciente.

COMO A FAMÍLIA E AMIGOS PODEM AJUDAR?

Antes de mais nada é necessário conhecer a doença e o tratamento do transtorno bipolar do humor. Mesmo assim, cada novo episódio representa um desafio, porque se misturam problemas individuais, questões pendentes, características de cada família.
O apoio ao tratamento é fundamental para ajudar o paciente em momentos difíceis a manter os medicamentos na dose certa e no horário prescrito. Bastam alguns dias sem tomar a medicação ou tomando menos que necessário para que entre em nova crise. Compreender os sintomas não como seu jeito de ser, mas como doença, alivia muito e reduz o sentimento de culpa no deprimido. O doente em euforia requer firmeza e paciência, porque o relacionamento se torna mais desgastante. Ele pode recusar as orientações da família, alegando que agora toda vez que se sentir feliz e de bem com a vida logo pensam que está em mania. A intervenção junto ao médico antes que perca a autocrítica previne conseqüências piores ou eventual internação.
- se os medicamentos estiverem causando efeitos colaterais muito incômodos e o paciente mencionar que quer parar com tudo isso, o médico deve ser informado;
- detectar com o paciente os primeiros sinais de uma recaída; se ele considerar como intromissão, afirmar que é seu papel auxiliá-lo;
- falar com o médico em caso de suspeita de idéias de suicídio e desesperança;
- compartilhar com outros membros da família o cuidado com o paciente;
- estabelecer algumas regras de proteção durante fases de normalidade do humor, como retenção de cheques e cartões de crédito em fase de mania; auxiliar a manter boa higiene de sono;
programar atividades antecipadamente.
- mesmo depois da melhora, há um período de adaptação e desapontamento; é importante não exigir demais e não superproteger; auxiliá-lo a fazer algumas coisas, quando necessário;
- evitar chamar o paciente de louco ou demonstrar outros sinais de preconceito, que favorecem o abandono do tratamento; tratá-lo normalmente e apontar sintomas com carinho;
- aproveitar períodos de equilíbrio para diferenciar depressão e euforia de sentimentos normais de tristeza e alegria.

COMO O PACIENTE PODE SE AJUDAR?

A pessoa mais interessada no próprio bem-estar é quem está doente. O paciente com transtorno bipolar do humor tem uma doença que costuma durar a vida toda, que se mantém sob controle com tratamento adequado. Cabe a ele o esforço de manter o tratamento: é ele quem toma os medicamentos - ou não. Ninguém pode forçá-lo, a não ser em situações que ponham em risco a sua segurança ou a de outros. Portanto, se você é portador do transtorno bipolar:
- comprometa-se com o tratamento - discuta dúvidas com seu médico, eficácia dos estabilizadores do humor, intolerância a efeitos colaterais, etc.;
- mantenha uma rotina de sono; mudanças no sono ou redução do tempo total de sono podem desestabilizar a doença; converse com seu médico, caso precise mudar o hábito de dormir;
- evite álcool e drogas; além de interagirem com algumas medicações, também agem no cérebro, aumentando o risco de desestabilização da doença; se tiver insônia ou inquietação, não se automedique - converse com seu médico;
- evite outras substâncias que possam causar oscilações no seu humor, como café em excesso, drinques, antigripais, antialérgicos ou analgésicos - eles podem ser o estopim de novo episódio da doença;
- enfrente os sintomas sem preconceito - discuta com seu médico sobre ele;
- se não estiver podendo trabalhar, "não queime o filme" - é mais sensato tirar uma licença, conversar com a família ou com o patrão, e se permitir convalescer;
- lembre-se: você está bem por tomar a medicação; se parar de tomá-la, mesmo após 5 ou 10 anos, os sintomas podem voltar sem prévio aviso; é preciso manter-se alerta para o aparecimento dos primeiros sinais, como insônia e irritabilidade;
- há indícios de que quanto mais crises da doença a pessoa tiver, mais ela continuará tendo, por isso, procure participar ativamente do tratamento;
- descubra seus sintomas iniciais de nova crise depressiva ou maníaca - tome nota e avise imediatamente seu médico;
- aproveite períodos de bem-estar para redescobrir como você de fato é; como são os sentimentos de tristeza, alegria, disposição e como você lida com seus problemas;
- quanto mais você conhecer a doença, melhor você poderá controlar os sintomas no período inicial; proteja-se: evite estímulos de risco em potencial, como decisões importantes, relações sexuais sem preservativos, projetos ambiciosos, gastos - ponha seus planos no papel e espere para executá-los quando se reequilibrar; procure canalizar hiperatividade ou idéias negativas para atividade física ou manual; se estiver deprimido, dê-se um empurrão, pois a iniciativa está em baixa;
- procure e aceite ajuda da família e dos amigos quando perceber que não consegue se cuidar sozinho.
- é comum querer parar o tratamento, ou porque vai tudo bem, ou porque não está dando certo; procure conversar com outras pessoas com o mesmo problema, que já passaram por isso; lembre-se de como era seu sofrimento; discuta com a família se valeria a pena buscar uma segunda opinião sobre o diagnóstico e o tratamento.
Temporariamente o paciente pode ficar inapto a se tratar adequadamente. Nestas fases a intervenção amiga da família é fundamental.

MENSAGEM FINAL

Há quem considere que o transtorno bipolar do humor "é como um animal selvagem em sua mente, pronto para escapar a qualquer momento", e que precisa de grades fortes para ser contido. Às vezes a porteira se abre um pouco e ele volta a ameaçar - o importante é não deixá-lo à solta. A luta a ser travada com esse animal é longa e difícil, mas vale a pena - vale o resgate da própria vida.
Compartilhar essas lutas com outros pacientes e familiares pode servir de exemplo e motivar quem está a ponto de desistir de si mesmo. São bem-vindas iniciativas como as da ABRATA (Associação Brasileira de Transtornos Afetivos), que auxilia no amparo aos pacientes através da própria experiência com o transtorno afetivo bipolar.

As terapias complementares, como Florais de Bach, Cromoterapia, Acupuntura e outras, poderão aliviar muito os sintomas, e ajudar o paciente a encontrar o equilíbrio necessário à sua harmonia física e espiritual.  Essas terapias  funcionam como excelentes auxiliares, mas deve-se sempre procurar a orientação de um médico especializado. 


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anelisevfeijo@gmail.com ,entre em contato para mais esclarecimentos.
 



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