quarta-feira, 24 de abril de 2013

Compulsão Alimentar e a Ansiedade




Alimentar-se de forma voraz, sem controle e até sem fome, ou melhor, uma "insaciável fome"...mas, fome de quê?
Será uma fome psicológica e que esta nunca será satisfeita? Essa fome psicológica a que me refiro são as emoções, sentimentos: tristezas, raiva, depressão e "ansiedade". E o que será tudo isso ? Um vazio a ser preenchido ? Um mistério ? Medo ? Preocupações ?...
As pessoas que apresentam compulsão alimentar alegam ser ansiosas... O que é ansiedade? Como se forma, etc., Eis algumas definições, de diferentes autores, sobre ansiedade e algumas considerações sobre transtornos alimentares.

ANSIEDADE
No pensamento filosófico do séc. XVII e em várias abordagens teóricas do séc. XX, a ansiedade aparecerá ainda como produto da contradição entre a razão e o afeto (ou o instinto), entre as capacidades humanas e a finitude do homem, esta entendida como a morte ou como a impotência diante do destino e do futuro, ou ainda como a incerteza da significação da própria existência (PESSOTTI, 1978).


A ambiguidade do termo ansiedade é verificada etimologicamente, sendo que este termo é originário do grego e contém a idéia de constricção. No latim, duas palavras: "angor" e "anxietas", deram origem aos termos angústia e ansiedade; também definida a ansiedade como um estado emocional vivenciado com a qualidade subjetiva do medo ou de emoção a ela relacionada, podendo causar alterações somáticas (LEWIS, 1967 apud GENTIL, NETO e BERNIK, 1998).
A ansiedade pode ser definida como a apreensão sugerida por uma ameaça a algum valor que o indivíduo julga essencial à sua existência como o Eu. E que a incongruência da geração contemporânea e a razão de sua ansiedade e inquietude residem no fato de que a verdade cresce em extensão, em massa e, também, até certo ponto, em clareza abstrata, enquanto a certeza constantemente diminiu (MAY, 1973 apud PESSOTTI, 1978).
FREUD (1920 apud PESSOTTI, 1978), considerou que o desenvolvimento da ansiedade é a reação do ego ao perigo, sendo o sinal preparatório para a fuga.
A ansiedade é o sentimento que acompanha um sentido geral do perigo, ela adverte de que existe algo a ser temido no futuro. Ao mesmo tempo, a ansiedade alimenta o planejamento de ações, buscando saídas, alternativas e ensaiando ações de enfrentamento ou fuga do perigo. A intensidade da ansiedade depende da proporcionalidade de perigo que é apresentado e, também, em que grau provoca a paralisação da pessoa frente ao perigo. A ansiedade adequada é proporcional às dificuldades e promove o enfrentamento saudável. A ansiedade inadequada é desproporcional à dificuldade e/ou improdutiva diante das dificuldades. A maioria das pessoas tem uma grande atração por uma interpretação catastrófica da realidade, por ter esse sentido geral de perigo. Provavelmente isso se deva à jornada evolutiva (no sentido biológico) do homem. Durante o período pleistoceno, a idade da pedra, a humanidade teve que enfrentar perigos reais e imediatos no seu dia-a-dia. Inundações, ataques de feras, risco de vida a cada momento eram realidades cotidianas, e as pessoas que estavam mais alertas, que identificavam o perigo a cada momento tinham maiores chances de sobrevivência. Essa herança: antecipar-se, preocupar-se permanentemente com a integridade física, a sobrevivência, dependia desse estado de constante alerta (MASCI, 1996).
A ansiedade é entendida como "uma resposta neurofisiológica que tem manifestações especialmente intensas no sitema medular adrenal-hipotalâmico-simpático, no sistema cortical-adrenal-hipotalâmico-pituitário e nos sistemas reticulares" (MARTIN e SROUFE, 1970 apud PESSOTTI, 1978,p.3).
MAY (1977) descreveu que, ao longo da história, tem sido reconhecido no folclore e por observadores da natureza humana que emoções como a ansiedade e o medo têm profundas inter-relações com a doença e a saúde do organismo. Nos últimos anos, os estudos de relações psicossomáticas iniciaram a exploração científica dessa área e produziram novos esclarecimentos sobre a dinâmica e o significado de medo e ansiedade.
No presente trabalho o conceito de ansiedade é compreendido como uma ameaça futura: algo sabido porém incerto a ser temido no futuro; causando insegurança, incerteza, inquietação e até alteração no comportamento físico, como sensações físicas alteradas: suor, agitação, etc.

COMPULSÃO ALIMENTAR está classificado no VI Manual Diagnóstico e Estatístico dos Transtornos Mentais da Associação Americana de Psiquiatria (APA) como um transtorno alimentar; trata-se de um comportamento alimentar inadequado, anormal. Há 3 categorias diagnósticas para Transtornos Alimentar: Anorexia Nervosa, Bulimia Nervosa e Transtorno Alimentar sem outra especificação (APA, 1995).

Transtorno da Compulsão Alimentar -> Está definido no DSM-IV: Transtorno da compulsão alimentar periódica (ingestão, em um limitado período de tempo, de uma quantidade de alimento maior do que a maioria das pessoas consumiria num período similar, sob circunstâncias similares, com sentimento de falta de controle sobre o consumo alimentar durante o episódio).

Ou seja, seria parecido com o "ataque de comilança" da Bulimia, mas, sem o "provocar vômito ou fazer uso de laxantes"; posteriormente após "o ataque" vem a sensação e o sentimento de arrependimento, a pessoa fica deprimida e se achando fraca no sentido de não ter tido controle sobre o seu comportamento.

Será que a compulsão alimentar é um meio de compensar algo?

Para apaziguar o conflito emocional (inconsciente) o "transtornado recorre" à comida, ou a bebida, jogo, etc. Será falta de expressar tudo que sente e pensa? O preencher-se de alguma forma, "descontar" tudo aquilo que sente e não demonstra, compensando as sensações e sentimentos, as "não-realizações", a falta de algo... perceptível ou não. Tais considerações se devem aos atendimentos que tenho realizado. Posso afirmar que a Psicoterapia pode contribuir muito para o esclarecimento dessas questões, já que o propósito da mesma é promover auto-conhecimento e consequentemente obter "insights" e a partir disso adotar novas ações e comportamentos. 

 por Eliana Guedes 


A AJUDA DOS FLORAIS MAIS UMA VEZ É EFICAZ NESSE CASO TB

As fórmulas não vão reduzir medidas ou queimar gordura, mas podem ajudar a fortalecer o emocional, que está relacionado com a ansiedade, a insegurança, as preocupações, a baixa autoestima e os medos que, de maneira geral, influenciam o comportamento diante à comida.

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