quarta-feira, 12 de junho de 2013

Hipotireoidismo. Diagnóstico e tratamento.

Hipotireoidismo. Diagnóstico e tratamento.O que é hipotireoidismo?
É uma síndrome que resulta da deficiência da produção de hormônios tireoidianos. Estima-se que 3 a 5% da população tenha alguma forma de hipotireoidismo. É mais comum em mulheres e a incidência aumenta com a idade.
Quando não tratado, o hipotireoidismo causa, nas crianças, atraso grave do crescimento e retardo mental. Na vida adulta, leva à depressão generalizada das funções orgânicas.
Não existe prevenção, a não ser a triagem neonatal com o teste do pezinho para detecção do hipotireoidismo congênito. Mas existem exames simples para o diagnóstico e o tratamento com hormônio tireoidiano sintético é seguro e eficaz uma vez que a dose adequada é estabelecida.

Como é o quadro clínico?
A clínica resulta da redução da atividade metabólica e do depósito de glicosaminoglicanos no interstício. Os sinais e sintomas variam muito, dependendo da severidade da doença. As manifestações clínicas que aparecem tendem a se desenvolver lentamente, ao longo de vários anos, caso o tratamento não seja instituído.
O cretinismo é a principal manifestação do hipotireoidismo em lactentes e recém-nascidos. Suas principais características são:
  • Retardo mental
  • Baixa estatura
  • Aspecto edemaciado da face e das mãos
  • Mutismo por surdez
  • Anormalidades nos tratos piramidais e extrapiramidais
Nos recém-natos os principais sintomas são:
  • Dificuldade de respirar
  • Cianose
  • Icterícia
  • Amamentação insuficiente
  • Choro rouco
  • Hérnia umbilical
  • Atraso acentuado da maturação óssea
A triagem rotineira dos recém-nascidos tem contribuído com o diagnóstico precoce.
Nas crianças com hipotireoidismo há:
  • Atraso no crescimento resultando em baixa estatura
  • Lentificação do aparecimento dos dentes permanentes
  • Puberdade atrasada
  • Sinais de retardo mental
Nos adultos, os sintomas não são específicos e frequentemente são associados ao processo de envelhecimento. Eles se tornam mais óbvios quando esta condição piora. O quadro clínico se caracteriza por:
Nos estágios iniciais da doença:
  • Fadiga
  • Fraqueza
  • Mialgia
  • Artralgia
  • Cãimbras
  • Reflexos lentos
  • Pele fria, áspera, pálida e seca
  • Depressão
  • Dores de cabeça
  • Intolerância ao frio
  • Aumento do fluxo menstrual
  • Palidez
Quando o hipotireoidismo vai evoluindo sem tratamento, podem ser observados:
  • Cansaço
  • Edema periférico
  • Constipação intestinal
  • Fala lenta
  • Rouquidão
  • Dispneia
  • Ganho de peso (não intencional)
O estágio terminal do hipotireoidismo não tratado é o coma mixedematoso, em que há uma descompensação que pode ser precipitada por uma infecção, trauma, insuficiência cardíaca ou outras causas. É caracterizado por:
  • Letargia
  • Estupor (raramente os pacientes apresentam-se em coma)
  • Diminuição dos batimentos cardíacos
  • Baixa oxigenação
  • Funcionamento pobre dos rins
  • Diminuição da motilidade intestinal
  • Temperatura baixa
  • Dificuldades respiratórias
  • Choque e até morte.
Quais são as causas?
  • Tireoidite de Hashimoto: é talvez a causa mais comum de hipotireoidismo, caracterizada pela presença de auto-anticorpos.
  • Redução do tecido tireoidiano por iodo radioativo ou por cirurgia.
  • Deficiência de iodo. O iodo é essencial para a produção hormonal da tireoide. Ele pode ser encontrado em frutos do mar, vegetais e sal enriquecido com iodo. A adição de iodo ao sal de cozinha eliminou este problema em vários países.
  • Doença de Graves (geralmente cursa com hipertireoidismo, mas no estágio final pode haver hipotireoidismo).
  • Tireoidite subaguda (o hipotireoidismo pode ocorrer na fase tardia).
  • Medicamentos que podem induzir hipotireoidismo: carbonato de lítio (usado no tratamento dos estados maníacos depressivos), amiodarona, propiltiouracil e metimazol.
Outras causas de hipotireoidismo:
  • Erros inatos da síntese de hormônios tireoideos.
  • Deficiências hipofisárias e hipotalâmicas.
  • Resistência periférica aos hormônios tireoidianos.
  • Doenças congênitas: geralmente bebês com hipotireoidismo congênito não apresentam alterações ao nascimento, por isso o Teste do Pezinho ajuda no rastreamento destes casos e facilita a introdução do tratamento precoce.
  • Doenças da glândula hipófise. Causa rara de hipotireoidismo em que a hipófise não produz quantidade suficiente de TSH – geralmente tem como causa um tumor benigno na glândula.
  • Gravidez. Algumas mulheres desenvolvem hipotireoidismo durante ou após a gravidez por produzirem anticorpos contra a sua própria glândula. Se não tratado, este hipotireoidismo aumenta o risco de aborto, parto prematuro, pré-eclâmpsia e também pode afetar o desenvolvimento fetal.

Quais são os fatores de risco?
O hipotireoidismo ocorre principalmente:
  • No sexo feminino.
  • Na idade de 50 anos ou mais.
  • Se você tem um parente próximo com hipotireoidismo, como pais ou avós, com uma doença auto-imune.
  • Se você já fez tratamento com iodo radioativo e medicações como propiltiouracil ou metimazol, pois o tratamento para o hipertireoidismo pode resultar em hipotireoidismo permanente.
  • Se você já recebeu algum tipo de radiação no pescoço ou na parte superior do tronco.
  • Se já fez cirurgia de tireoide (tireoidectomia parcial ou total).

Quando devo procurar ajuda médica?
Procure um médico caso você esteja se sentindo cansado, sem motivo aparente, ou apresenta qualquer outro sintoma de hipotireoidismo (ver “Como é o quadro clínico?”).
Você precisa visitar um endocrinologista periodicamente se você:
  • Já fez cirurgia na tireoide.
  • Já fez tratamento com iodoradioativo.
  • Usou medicações para hipertireoidismo.
  • Fez radioterapia no pescoço ou na parte superior do tórax.
Pode levar vários anos até que qualquer uma destas condições ou procedimentos resultem em hipotireoidismo.
Caso você tenha colesterol alto, pergunte ao seu médico se o hipotireoidismo pode ser a causa.
Siga as recomendações do clínico geral ou do endocrinologista.
Se você tem hipotireoidismo e faz uso de medicação, você deve estar atento pois ao longo dos anos a dose necessária para controlar os sintomas pode mudar. O acompanhamento médico deve ser permanente, mas uma pessoa com hipotireoidismo que faz uso correto da medicação e mantém os níveis de TSH dentro dos valores normais, leva uma vida saudável e completamente normal.

Fonte:
ABC.MED.BR, 2010. Hipotireoidismo. O que é? Quais são as causas e os fatores de risco? Quando procurar um médico?. Disponível em: <http://www.abc.med.br/p/tireoide/53790/hipotireoidismo-o-que-e-quais-sao-as-causas-e-os-fatores-de-risco-quando-procurar-um-medico.htm>. Acesso em: 12 jun. 2013.

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